domingo, 31 de agosto de 2014

Sessão extra: Era uma vez, uma noiva que eu vi...


      Boa noite, queridos e queridas...

     Há alguns dias, prometi que traria uma surpresa na página... Ela chegou! A partir de hoje, exceto em ocasiões extraordinárias, todos os domingos, postarei fotos de lindas noivas que conheço em casamentos que fui ou gostaria de ter ido... É uma maneira de homenagear essas pessoas especiais e perceber as diferenças nos vestidos e penteados ao longo do tempo,  porque,  independente da moda passar, voltar ou não, independente da escolha da vestimenta, a noiva será sempre deslumbrante e especial, não acham? Gostaria de fazer uma sessão de fotos por década, mas como não disponho de tantas fotos assim, vou organizando e comentando conforme as imagens que receber, ok? Vamos começar?! 
  Noiva número 1: minha irmã Gizele Jane
  Casamento: Igreja de São Pedro (Maceió- AL), em 5 de Fevereiro de 1994.
   
   Um casamento MUITO especial para mim por vários motivos! Cerimônia singela, recepção elegante, tipo "bolo e champanhe", pela manhã, bastante iluminada! Amei! Para mim a noiva estava belíssima...


    
     

    Um típico e lindo vestido dos anos 90, mas já sem excessos do estilo Lady Di! O branco era belíssimo, as camadas da saia, as flores no cabelo... Muito princesa matinal. Embora não se use mais as mangas volumosas, nem o laço grande, nem o bordado acentuado, acho esse vestido muito bonito. Muitas coisas poderiam ser relidas, não? Um laço menor, em cetim, o retorno das transparências super em alta, a delicadeza de aplicações em pérola e penteados com flores... Um novo vestido, baseado na tradição, numa adorável conversa entre épocas...
    

     Note-se que, na primeira foto, há o bordado (que poderia ser com pérolas), a saia com volume e camadas de tule e as transparências, num clássico repaginado! Na segunda imagem, temos lindos penteados com flores... Moral da história: antigo e novo se misturam de acordo com a criatividade e elegância! Eu mesma confesso que, se tivesse uma fotografia da minha avó usando seu vestido de noiva, faria uma homenagem a ela, resgatando o modelo; como não tenho, tive que "construir" meu próprio sonho, he, he... Esperem e verão!
    Mas, voltando ao look da minha irmã, o que mais amei e amo até hoje é o bouquet... Não vou nem comentar...
    
        Pérolas com rosas? Romantismo puro, na minha opinião!  Altamente "atualizável": 

    É isso, amados... Mas onde eu estava nesse casório? Feliz, feliz assim, olha...
     Beijos, Luiza Rosiete.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Luiza Rosiete e a igreja para o casamento: crônica de um sonho antigo...

Dia de Nossa Senhora dos Prazeres: mais que especial para mim...

    Entrei na Catedral Metropolitana de Maceió pela primeira vez, em 1996. Tinha, então, apenas nove anos... A memória é traiçoeira: esfuma acontecimentos, burla as lógicas de "começo, meio e fim", mas não apaga o que nela foi registrado pelo Amor! Era a Missa de Ação de Graças  pela formatura da turma de Direito, da qual minha irmã mais velha fazia parte. Minha mãe colocou um dos meus vestidos de festa preferidos e lá fomos nós...
Inicio da Missa de Formatura da minha irmã Gizele Jane Gondin Cavalcante 

       Lembro que a escadaria era para mim um desafio, mesmo com ajuda, mas a noite era bonita e importante demais para que eu me fizesse caso dessas miudezas; minha mana, que eu admirava quando via estudando aquela pilha de papéis com letrinhas minúsculas, agora se formava, era a estrela da festa: eu vi uma estrela brilhar! E o que são degraus quando se deseja alcançar um brilhante do céu?
       Meus olhos de criança contemplavam, maravilhados,  aquela fachada, parecia-me um castelo de princesa... Entrei. Os anjos no teto, os quadrados pretos e brancos no chão, o tapete vermelho estendido, todas aquelas figuras cheias de luz, cor e sorrisos, fizeram-me sorrir também e, embora, fosse apenas uma pequena menina em meio a algo tão grande, senti-me amada, acolhida pela presença e a beleza de Deus, nas pequenas e grandes coisas.
          Sentamos. Tomei coragem e cutuquei minha mãe: "- Mainha, um dia eu quero me casar aqui. Sinto uma paz tão grande aqui dentro!"
           "- Tá bom, tá bom, quando chegar o tempo a gente pensa nisso... Agora se aquiete que a missa vai começar. Sabia que a catedral é do século passado e que sua Vó Rosiete foi batizada aqui?"

A  senhora Rosiete Guimarães Carôla, minha avó materna, aos 20 anos, em 1948.

        Desde muito criança, sou fascinada pelas referências ao século XIX. Pronto! Estar ali dentro e descobrir a "idade" da igreja me deixaram mais encantada do que se ganhasse uma viagem à Disney. Pus o olho em tudo, tentei registrar cada detalhe por meio dos sentidos.
            Preciso dizer também que herdei da minha avó Rosiete o meu segundo nome. Não a conheci, morreu aos 35 anos. Receber o nome dela, assim como o da minha avó Luiza, é a herança mais linda que tenho, mais valiosa também, visto que ninguém poderá tomá-la de mim.  As marcas subjetivas de mulheres firmes e determinadas como eu gostaria de ser!
         Duas razões singulares, lindas, fortes e só minhas, que foram suficientes para eu "encasquetar" uma ideia no coração e na cabeça: "Se for da vontade de Deus, vou me casar aqui! Terei meu dia de 'moça de antigamente' e ainda posso fazer minha mãe ficar feliz por ver um pouco da mãe dela em mim, andando, rindo e amando".
            Chegara a hora da benção das rosas. Os formandos recebiam uma e tinham que entregar a alguém muito importante e muito amado. Meu pai e minha mãe estavam ali, mas fui eu quem recebeu o presente ! A estrela me deu uma rosa, dentro daquele castelo de paz...  Só tinha nove anos, mas descobri ali o que era ser importante! Na casa do Senhor, sob os olhos Dele  e de Maria, Nossa Senhora dos Prazeres! Nas aulas de catequese nos disseram que ela recebeu esse título em homenagem às alegrias de receber o anjo e ser mãe do menino Jesus! Naquele dia me senti alegre e amada como ela!


            O tempo passou, eu nunca esqueci...
            Cada vez que passava por ali, o coração aquecia de novo, eu sorria, só ria em silêncio! Deus e sua
 mãe se lembrariam do meu sonho na hora certa, tão distante em meio à lutas, descobertas e buscas nem sempre tão prazerosas! Conforme deixava de ser aquela menina de vestido azul, percebia que teria de superar inúmeras outras "escadarias"antes de alcançar e cultivar outras estrelas! Vivi, da melhor maneira que pude, cada degrau, aprendendo a perceber Deus nas pequenas coisas, a aceitar minhas singularidades e possibilidades, buscando criar a partir delas. Na "dor e delícia" do autoconhecimento, outra cor, luz e sorriso chegaram,  com simplicidade, amor e constância!



             Maciel me pediu em namoro, depois em casamento... Conversamos sobre onde poderia ser. Contei do meu amor pela igreja da Rua do Sol, que chamei simplesmente de Catedral.  Entramos em acordo, seria lá, se houvesse oportunidade. Alguns dias depois, ele me ligou dizendo que, a caminho da Receita Federal ou da Secretaria da Fazenda (não me lembro), passara por uma capela bonita, tão bonita "que tirei uma foto. Olha no teu e-mail. O taxista me disse que era a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. Gostei daquela, mas você já escolheu a outra...".
Foto que meu noivo tirou para mim quando viu a igreja pela primeira vez.

             Lembrei daquela noite, daquela rosa, daquele amor e paz de outrora. E a alegria de Nossa Senhora dos Prazeres e seu Menino me tomaram de novo! Abri o email e respondi a Maciel: "Amor, a Catedral é a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres!". Providência cheia de beleza ante dois corações que pulsam juntos...
               E em 30 de Abril de 2014, sob uma chuva torrencial, nossa data passou a constar nos livros da paróquia da igreja do século XIX: a moça de antigamente andará, rirá e continuará amando...


               Hoje, no dia de Nossa Senhora dos Prazeres, essas memórias de amor fizeram renascer em mim a gratidão por toda uma vida de descobertas!
Imagem de Nossa Senhora dos prazeres, doada à igreja em 1859, pelo Barão de Atalaia. Foi restaurada este ano, para a festa de hoje, o que me deixa muito feliz, aparecerá, se Deus quiser, renovada nos registros do meu casamento!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

De volta... O casamento da "Menininha" e o "adeus" a Robin Williams

      Boa noite, meus amores...

    Alegro-me muito em poder retomar as postagens! Estive sumida por motivos estritamente acadêmicos, kkk... Não queria deixar transparecer, aqui, as nuances apressadas da minha correria! Vivi muitas coisas, dignas de nota e memória,  que tentarei contar aos pouquinhos. Em breve teremos novas sessões e surpresinhas...
    Bem, como a maioria de nós sabemos, em julho, perdemos grandes nomes da Literatura e do pensamento filosófico nacional - Ivan Junqueira, João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna. Ao longo da minha vida li um pouquinho do trabalho de cada um deles, senti muito pela perda de todos, mas sem dúvida, a partida do Sr. Ariano me foi sentida de uma forma bastante pessoal, visto que tive a oportunidade de estar com ele por lindos e breves instantes, em agosto de 2010! As vozes desses sábios povoam os teares da minha vida: por quantas vezes o Tempus Fugit de Alves ou o humor de Suassuna não me fizeram tentar levar a vida de um jeito mais leve, feliz e contemplativo? 
       Ontem, 11 de Agosto de 2014, mais um personagem que me ajuda/ ajudou a compor  meus contínuos caminhos de aprendizagem e esperança, partiu. O mundo perdeu o ator  Robin Williams!  Sempre admirei muito seus trabalhos, alguns de seus filmes me tocam profundamente a partir de expedientes simples que a mim soam profundíssimos... 
           Ironicamente, hoje, acordei pensando em uma das cenas de um filme, protagonizado por ele, que simplesmente amo - O Homem Bicentenário. Poderia escrever páginas e mais páginas sobre as razões do meu carinho por essa produção, por ser uma adaptação literária da obra de  Isaac Asimov  e por muitas outras. Entretanto, atenho-me emoção que SEMPRE sinto ao ver a cena do casamento, não apenas por todo os detalhes estéticos e/ou românticos, mas pelo significado de amadurecimento e passagem do tempo que ela transmite, que é reforçado pelas atuações, fotografia e trilha sonora.
                   




 Neste momento do filme, o pai percebe que a sua menina cresceu e será sempre a mesma porque
sempre diferente! Sou a última filha de um pai que já passou da casa dos sessenta anos, estou indo embora de modo, ainda, pouco perceptível, creio que Painho possa, talvez, experimentar uma sensação semelhante à do Sr. Martin, sem, contudo, infelizmente, ter a sabedoria de um Andrew para poetizá-la ainda mais... 
             Não sei porque acordei pensando e lembrando assim, mas transformo meu pensamento íntimo em uma singela homenagem! Abaixo, segue o vídeo da cena, está dublado em francês, desculpem-me por não ter encontrado um melhor. 
              Esqueçamos as barreiras linguísticas e ouçamos a voz do coração, a ser despertada pelos olhos! Vá em paz, Robin Williams...

http://m.youtube.com/watch?v=5mWMiC0OZlE